Blues
No inferno tem uma fogueira
sua chama não tremeluz a luz nem lumía
No inferno tem uma fogueira
sua brasa não crepita mas quente sedenta queima e marca
e sua fumaça sufoca e foca
na dor
❡
A apatia é seletiva, escolhe a dedo
esse é meu blues, meu anti Edo
A apatia é seletiva, escolhe a dedo
esse é meu blues, meu anti Edo
❡
Sentimentos bons jazem no esquecimento
Além dos escombros do que foi o querer e o anseio
Os ruins são inquilinos ruidosos barulhentos
Tristeza e culpa entoam alto um som feio
❡
Uma cacofonia num coro insaciável
Onde a raiva ruge e a dor se agiganta
Um enlevo triste dum ódio desgovernado
De quem dilacera a própria alma e a vida espanta
❡
Já o peso sussurra ao ouvido, sussurra, sussurra, nunca para
Peso da foice cega que pesa como um grilhão
Pendurada pela lâmina em meu pescoço
Onde me empurra incessante e me cola no chão
❡
E eu odeio o chão
Ah eu odeio o chão
❡
Sei como a cabeça funciona
Mas saber não torna mais palatável
A torcida pela vitória da razão só machuca
Porque a impotência segue vil e inabalável
❡
Não é primeira nem segunda vez que acontece
Mas esquecemos nossos próprios conselhos
E precisamos de alguém que nos lembre
E…
eu afastei todo mundo
❡
A apatia é seletiva, escolhe a dedo
esse é meu blues, meu anti Edo
A apatia é seletiva, escolhe a dedo
esse é meu blues, meu anti Edo
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